A noite deveria ser perfeita: uma garrafa de vinho, uma companhia perfeita e uma noite de sexo inesquecível. Só que na hora H aconteceu aquela falha terrível: o pênis não subiu. O momento não é de desespero. Pode ter sido simplesmente o excesso de vinho, que o fez relaxar além da conta. Por isso, é bom entender como funciona a mágica da ereção, o que causa as broxadas esporádicas e quando a situação exige tratamento médico.
Como o pênis fica ereto
Quando o homem fica excitado, a mágica acontece. Dentro do pênis existem duas estruturas cilíndricas chamadas corpos cavernosos, que parecem esponjas secas e compridas no momento de flacidez. Após o estímulo sexual, elas se enchem de sangue, aumentando o comprimento e o volume do pênis. A rigidez da ereção depende da alta pressão nos corpos cavernosos. O pênis volta a ficar flácido no momento em que o sangue retorna para a circulação geral.
É o cérebro, estúpido!
Quem manda no pênis é o cérebro. O órgão pode estar em perfeito estado de funcionamento, mas, se o homem não se excita, nada acontece. Sem tesão não há ereção.
Os estímulos chegam ao cérebro, onde ocorrem uma série de reações químicas que passam pela medula espinhal e são transmitidas até o pênis. Se houver qualquer falha em alguma etapa do processo, acontece a disfunção erétil.
O fantasma da impotência
A disfunção erétil é um fantasma permanente na vida do homem sexualmente ativo e pode ter causas físicas ou psicológicas.
Dentre as primeiras estão arteriosclerose, pressão alta, diabetes, desiquilíbrio hormonal, baixa testosterona, excesso de álcool, obesidade e tabagismo. Em homens acima de 40 anos, elas correspondem por até 80% dos casos de impotência.
Já as causas psicológicas, como ansiedade, depressão e stress respondem por até 80% dos casos em homens abaixo de 40 anos. Também é comum a associação entre as duas causas.
Teste da ereção involuntária
É comum ocorrer ereções involuntárias, como as noturnas, durante o sono, ou as matinais, logo ao acordar. Quando acontece, é um sinal de que as funções fisiológicas estão preservadas. Neste caso, a impotência está mais ligada a causas psicológicas.
Falha na ereção? Pode ser problema no coração
Se falhar na hora H, procure um cardiologista. Um estudo da American Heart Association mostrou que existe uma relação direta entre disfunção erétil e aterosclerose (artéria com placas de colesterol), que pode indicar doenças no coração. Os homens com impotência têm duas vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco. É que as placas de gordura também entopem os vasos que provocam a ereção.
A pílula azul é eficiente, mas não faz mágica
O tratamento mais popular contra a disfunção leve e moderada é o Viagra e seus similares, cujos componentes dilatam os vasos sanguíneos do pênis, o que provoca a ereção. Apesar dos avanços à qualidade de vida de quem sofre de impotência, vale destacar que a pílula azul não é milagrosa. É preciso excitação sexual para que a ereção aconteça. E tem mais: após o orgasmo, o pênis volta a ficar flácido (ao contrário do que muita gente pensa). Como o medicamento fica até 12 horas no sangue, é possível uma nova ereção após um novo estímulo.
Injeção no pênis
Quando os comprimidos não dão conta, outra saída mais agressiva é a auto aplicação de injeção no pênis cerca de 15 minutos antes da relação sexual. É um tratamento que não costuma ter boa aceitação dos pacientes, embora a seringa e a agulha sejam pequenas, semelhante ao material que diabéticos usam para aplicar insulina.
Prótese do pênis
A decisão de colocar uma prótese, deve ser tomada somente em último caso, quando outros tipos de tratamento não resolvem.
As próteses mais comuns são introduzidas nos corpos cavernosos e fixadas no osso até a glande. Nesse caso, o pênis permanece duro o tempo todo. A cirurgia, realizada pelo SUS, demora cerca de 40 minutos.
Existem próteses mais sofisticadas em que o pênis fica flácido e uma válvula é acionada para que fique ereto no momento da relação sexual. O custo pode chegar a R$ 40 mil.
Conversar sempre ajuda
Nos casos em que a disfunção ocorre por questões psicológicas ou emocionais, recomenda-se fazer sessões de terapia com psicólogos ou psiquiatras. A conversa com a parceira ou parceiro também é fundamental para que o homem recupere a confiança.