Saúde

Roberto Frota, ator, diretor e produtor teatral, veterano da teledramaturgia, morreu aos 85 anos no Rio de Janeiro. Famoso por seus papéis em novelas como Vale Tudo e Mulheres Apaixonadas, Roberto sucumbiu a pneumonia e passou o último ano e meio lutando contra um câncer de pulmão.

O ator conviveu com um tumor particularmente preocupante. Cerca de 13% de todos os casos de câncer no Brasil têm o pulmão como origem, de acordo com a ONG Oncoguia - em outras palavras, é a quarta modalidade com a maior incidência no país. Ele também é responsável por uma em cada cinco mortes por câncer - sendo assim, é o tumor que mais mata no Brasil.

Ele também tem um recorte de gênero: o câncer de pulmão é historicamente mais comum em homens. Projeção do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima para 2024 18 mil novos casos desse tipo de câncer em pessoas do sexo masculino - contra 18 mil do sexo feminino. A média nacional é de 12 casos por 100 mil habitantes para homens e 9 para mulheres, de acordo com estudo divulgado em maio pela Fundação do Câncer.

Qual o motivo dessa diferença? "A única explicação realmente é exposição ao tabaco e tempo de exposição ao tabaco", diz o dr. Carlos Gil Ferreira, oncologista torácico, presidente do Instituto Oncoclínicas, à GQ Brasil. "Se a gente assumir que 80, 85% dos casos [de câncer de pulmão] acontecem em indivíduos que fumaram ou ainda fumam, historicamente, até os anos 70 e 80, a grande parte dos fumantes eram homens. Assumindo, também, que esse câncer acontece 20 a 30 anos após o início do fumo, ele não começa antes", explica.

Trata-se então de um efeito retardado da cultura tabagista no passado, que, segundo o especialista, é reforçado mesmo por tendências que fujam à regra. "Se você for olhar as curvas [de incidências por gênero] em alguns países europeus, vai ver que a diferença entre homens e mulheres diminuiu na década passada. Em meio aos movimentos emancipatórios, elas começaram a fumar de forma mais intensa 20 a 30 anos depois que os homens", comenta o dr. Carlos.

Parte dos casos de câncer de pulmão ocorrem também em pacientes que não tiveram histórico com cigarros, cachimbos, charutos e afins. E neste cenário específico, cientistas trabalham com a possibilidade (ainda não confirmada pela literatura médica) de que ocorra o contrário da dinâmica apontada entre tabagistas: "2/3 dos casos mundialmente acontecem em mulheres", diz.

O estudo da Fundação do Câncer deste ano aponta para um aumento no número de diagnósticos da doença no futuro: até 2024, levando em consideração tendências atuais, casos de câncer de pulmão no Brasil devem subir 65% e a mortalidade, a 74%.

Fonte

Dr. Carlos Gil Ferreira - oncologista torácico, presidente do Instituto Oncoclínicas e presidente de honra da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)

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