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Saúde

Câncer de pulmão no Brasil deve crescer 65% até 2040, mostra estudo

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Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional
16/05/2024 - 12:00
Rio de Janeiro

Os casos de câncer de pulmão no Brasil devem crescer 65% e a mortalidade 74% até 2040, se mantido o atual padrão de consumo de tabaco no país. É o que estima um estudo da Fundação do Câncer, divulgado nesta quinta-feira (16), com base em dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. Projeção do INCA, Instituto Nacional do Câncer, estima somente para este ano 14 mil novos casos desse tipo de câncer em mulheres e 18 mil em homens.

O levantamento da Fundação do Câncer traz um recorte com a incidência da doença por regiões. A Região Sul é a que apresenta a maior incidência, tanto em homens, com cerca de 24 novos casos a cada 100 mil habitantes, quanto em mulheres, com cerca de 15 casos para a cada 100 mil.  A média nacional é de 12 casos por 100 mil habitantes para homens e 9 para mulheres.

O Sul também é a região do país com maior índice de mortalidade entre homens nas três faixas etárias observadas no estudo. A maioria dos pacientes com câncer de pulmão (77% para homens e 74% para mulheres) tinha o nível fundamental de escolaridade. A maior concentração de pacientes está na faixa etária entre 40 e 59 anos.

O levantamento ainda mostra que a maior parte dos pacientes procuram o tratamento no estágio mais avançado da doença. É o caso de 63% das mulheres e quase 64% dos homens. Padrão que se repete em todas as regiões brasileiras.

Rejane Reis, bióloga e uma das pesquisadoras do estudo, afirma que esses dados mostram o grande desafio que o país tem e são fundamentais para  traçar estratégias de controle do tabagismo e tratamento para o câncer de pulmão.

Atualmente cerca de 12% da população adulta brasileira usa algum produto derivado de tabaco. O câncer de pulmão consome cerca de R$ 9 bilhões, segundo o estudo, entre custos diretos com tratamento, perda de produtividade e outros cuidados com os pacientes. Já os impostos pagos pela indústria do tabaco cobrem apenas 10% dos cerca de R$ 125 bilhões de custos estimados por ano, considerando todas as doenças relacionadas ao consumo do tabaco.

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