Em meio ao êxodo do Twitter desde as implicações da era Elon Musk (apagões, dificuldades para publicar imagens, o comércio do símbolo azul de verificado e de publicidades nada assertivas, entre outras), apps alternativos vira e mexe pipocam na discussão. Foi o caso recente do indiano Koo App, cujo nome curioso rendeu popularidade relâmpago à companhia em terras canarinhas.
Outro aplicativo cujo nome vem aparecendo é o BlueSky Social, que em novembro do ano passado passou por um pico de interesse entre internautas brasileiros. Ocorre que o aplicativo foi lançado publicamente de forma limitada no fim do mês passado após meses em testes fechados. Por ora, é possível encontrá-lo apenas na App Store. Abaixo, o que você precisa saber:
O que é o BlueSky
O BlueSky Social busca de fato ser uma alternativa ao Twitter, com funções similares aos do microblog. Trata-se de uma rede social onde é possível escrever publicações de até 256 caracteres, com imagem e links. Ao criar um perfil, o usuário recebe também pode escolher seu nome e recebe um @. Na página de perfil, assim como no Twitter, as publicações ficam divididas entre 'posts' e 'posts & replies'. Qume está no BlueSky pode seguir usuários, ver seus feeds, comentar e compartilhar suas publicações.
No último dia 6, a empresa lançou uma função comum no Twitter e rivais como o Koo App: a tradução em tempo real via Google Translate, um aceno ao público além mar do app. Na nota da atualização, a empresa chega até a escrever um 'Alô, Brasil!'
Abaixo um rasante do que cada app tem para oferecer no momento desta publicação, segundo o site TechCrunch e atualizações divulgadas pela equipe do aplicativo:
Diferenças entre Twitter e BluesSky
BlueSky Social | ||
Limite de caracteres | Sim (280) | Sim (256) |
Curtir e responder | Sim | Sim |
Menções | Sim | Sim |
Feed | Sim | Sim |
Publicar imagens | Sim | Sim |
Publicar vídeos | Sim | Não |
Tradução do post | Sim | Sim |
Silenciar ou bloquear usuários | Sim | Sim |
DMs | Sim | Não |
Customizar seu @ | Não | Sim |
O maior diferencial do BlueSky, no entanto, é que ele faz parte de um projeto mais amplo: o de criar um protocolo para redes sociais abertas, o chamado AT Protocol. Acessar plataformas abertas desse tipo, segundo a companhia, significaria não navegar no ecossistema de uma única empresa como o Meta ou o próprio Twitter, ter controle sobre os algoritmos que ditam como você vê seu feed e transparência nas informações coletadas. A equipe do protocolo o compara ao velho Feed RSS, que funcionava a grosso modo como um filtro customizável da internet.
Com apenas alguns milhares de usuários, e poucos dias online, ainda é esperar para ver qual o potencial do protocolo. Mas a mesma filosofia descentralizada também serve de base para outros apps, como o Mastodon, e está na mira de outras empresas, tais quais Medium e o Flipboard.
Como entrar?
Ainda que seja possível baixar o aplicativo em aparelhos Apple, acessá-lo é outra história. É preciso ser convidado por um usuário antes de criar sua própria conta no BlueSky. Outra alternativa é se inscrever para uma fila de espera através do site oficial. O interessado é notificado pelo email caso receba acesso.
Qual a relação com o Twitter?
O projeto que deu forma ao BlueSky foi incubado pelo Twitter em 2019, quando Jack Dorsey ainda era CEO da empresa. Em seus primeiros anos, o microblog deu suporte financeiro à nova rede social, mas em abril de 2022, o BlueSky se tornou uma empresa independente. Dorsey deixou o cargo no Twitter em 2021 (ainda que tenha permanecido membro do conselho da empresa até maio do ano passado, poucos meses antes de Musk assumir como diretor executivo).
Desde o ano passado, Dorsey se tornou um evangelista da rede social e de sua proposta aberta. O ex-Twitter é um dos usuários com um perfil na rede social.