A quantidade de franquias de cafeteria disparou no Brasil, com algumas redes inaugurando centenas de lojas pelo país em um curto espaço de tempo. Algumas delas, contudo, registram muitos fechamentos, o que fez soar o alerta para uma possível saturação no mercado.
Com um modelo de investimentos mais baixos, essas mini-cafeterias se proliferaram apoiadas em uma proposta de café "to go", ou seja, aqueles para comprar e sair tomando.
As principais redes, contudo, viram várias unidades fecharem em pouco tempo. De janeiro até meados do ano, a Mais1.Café tinha inaugurado 85 lojas e fechado 37. A Go Coffee teve 60 novas unidades e 16 fechamentos. A The Coffee, que tem investido na expansão internacional, não informou quantas lojas encerraram as atividades neste ano.
Apesar dos números, analistas evitam falar em uma bolha. Segundo Mikaely Correa, especialista da Euromonitor International, o mercado passa por um "momento de acomodação natural no pós-pandemia, já que os ritmos de vida social e as rotinas de trabalho estão normalizados".
"A rápida expansão dessas redes ocorreu entre 2020 e o início de 2022, quando as cafeterias com café ‘to go’ se tornaram atrativas para os consumidores que não queriam se expor a maiores riscos de contaminação ao consumir no salão, mas ainda desejavam degustar um café de qualidade ou diferenciado. Agora, em 2024, a expansão das cafeterias está focada em criar espaços que promovam a socialização", diz.
De fato, o ano foi marcado por uma mudança no perfil das lojas. As principais redes perceberam que o espaço de socialização é importante para o consumidor brasileiro, e passaram a priorizar unidades com mesas e cadeiras.
Enquanto isso, gigantes do setor, como McDonald’s, também aumentam suas lojas com foco em café e seu portfólio de produtos de cafeteria.
Além disso, grandes grupos estrangeiros anunciam planos para o país. A Juan Valdez, por exemplo, deve inaugurar em breve sua primeira loja em território brasileiro. Espécie de Starbucks da Colômbia, a empresa tem um plano de expansão internacional arrojado, que inclui investimentos em outros mercados emergentes, como a China.
A Krispy Kreme, rede de donuts dos Estados Unidos, é outra que deve chegar ao Brasil para competir com cafeterias. Apesar de ter as rosquinhas como carro-chefe, a empresa tem um enorme volume de vendas de bebidas cafeinadas em suas lojas nos Estados Unidos, o que a torna uma concorrente de gigantes como Starbucks e Dunkin’.
A Starbucks, agora sob a tutela da Zamp no Brasil, tenta estancar a sangria nas finanças que levou a empresa a entrar em recuperação judicial no país.
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