Afinal qual é o poder da felicidade no local de trabalho?
Recentemente, estivemos a acompanhar o Happiness Camp, no Porto, um evento focado no poder da felicidade no local de trabalho. Inspirámo-nos nas palavras dos speakers de marcas de referência como Coca-cola, Spotify, Headspace ou Netflix, que partilharam insights interessantes sobre como trabalhar uma cultura organizacional de bem-estar.
Para surpresa da audiência, um dos aspetos que pode condicionar a existência de um ambiente de trabalho feliz é a inovação. Nahal Yousefian, speaker da Netflix, reforçou a importância da promoção de um ambiente onde os colaboradores se sintam à vontade para expressar a sua criatividade, assumir riscos e inovar, sem medo de errar. Igualmente interessantes, foram os dados partilhados por Danny Stacy, da Indeed UK, ao revelar que os indicadores que influenciam a retenção não são, na sua maioria, os mesmos que influenciam a decisão na altura da contratação. Se o salário, a flexibilidade e a inclusão parecem ser os mais considerados no momento da escolha de um novo desafio profissional, é nos sentimentos de estímulo, pertença e confiança que reside o segredo da retenção. No fundo, aquilo que ser humano procura no local de trabalho é um espaço no qual se sente valorizado e para o qual tem vontade de regressar todos os dias.
No entanto, a Indeed também sabe que, para que isso funcione, deve ser cultivada uma cultura que tenha por base a confiança e a transparência. A confiança que facilita a comunicação e as relações laborais, e a transparência que serve de alicerce para essa confiança, fortalecendo os laços de trabalho. Lori George, da Coca-Cola, vai mais longe, considerando que, com base na sua vasta experiência a lidar com lideranças, é no feedback com compaixão e empatia que se constrói a confiança.
Outro aspeto onde parece existir consenso, é na ideia de que um bom líder deve ser capaz de demonstrar vulnerabilidade na relação com as suas equipas. Somar essa vulnerabilidade à transparência e à confiança, é chave. É quando os líderes se mostram vulneráveis e partilham os seus sentimentos e desafios, que conseguem criar um espaço seguro para que os colaboradores possam fazer o mesmo, promovendo um ambiente de bem-estar.
Ora, nenhuma decisão será eficaz se não for informada. Aos líderes é pedido que estejam mais próximos e sejam mais empáticos. Mas é igualmente essencial dotá-los de informação. Medir regularmente indicadores como o nível de engagement, o sentido de propósito e de pertença, o clima organizacional e os níveis de stress, é chave para informar e orientar os líderes no seu trabalho.
Em suma: uma empresa que invista em inovação, promova feedback bilateral e honesto, e que capacite os seus líderes para entenderem e ouvirem as suas pessoas, terá meio caminho andado para impulsionar o bem-estar no local de trabalho com sucesso. E felicidade!
Soa a um trabalho árduo e longo. Talvez sim. Mas a boa notícia é que há uma boa parte que parece somente depender da nossa capacidade de escuta ativa, de empatia, de, no fundo, sermos humanos. Como alguém na audiência dizia: “a maioria das pessoas não espera a perfeição, espera o progresso”.