Descrição de chapéu violência

Fernandinho Beira-Mar é alvo de operação por suspeita de coordenar roubos no Rio

Traficante, cuja defesa não foi localizada, está preso no Paraná; duas pessoas foram presas e 28 mandados de busca cumpridos

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Rio de Janeiro

Uma operação conjunta da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Promotoria, nesta terça (10), teve como alvo o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

A ação, que integrou mais uma etapa da Operação Torniquete, cumpriu 28 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrarem o CV (Comando Vermelho) acusados de roubos de carga, que geraram prejuízos estimados em R$ 4 milhões, de acordo com a investigação.

A reportagem não localizou a defesa de Beira-Mar.

Policiais Federais escoltam Fernandinho Beira-Mar, preso na Colômbia, em 2001 - Jamil Bittar - 26.abri.2002/Reuters

Além das buscas, duas pessoas foram presas em flagrante pelos crimes de receptação, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

Os alvos foram denunciados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) por envolvimento com o tráfico de drogas.

Beira-Mar, apontado como líder da organização criminosa, foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão, cumprido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, onde está preso. A diligência contou com o apoio da Divisão de Inteligência do presídio.

Mesmo encarcerado desde 2002, ele teria ordenado os roubos diretamente da prisão, segundo a denúncia da Promotoria.

Considerado uma das principais lideranças nas comunidades Parque das Missões e Jardim Ana Clara, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Beira-Mar tem 89 anotações criminais.

De acordo com a investigação, os roubos de carga só ocorrem com sua autorização ou de outro traficante conhecido com Zé Galinha, também detido em presídio federal.

As investigações apontam que a quadrilha é responsável por roubos de carga nas principais vias expressas do estado, incluindo a avenida Brasil, a rodovia Washington Luiz e a rodovia Rio-Magé. Em contrapartida por oferecer apoio logístico e áreas nas comunidades sob seu controle para o transbordo das cargas roubadas, a facção cobraria 50% do lucro.

O promotor Fabio Corrêa, coordenador do Gaeco, afirmou que os roubos são utilizados para fortalecer a atuação das facções criminosas.

"O roubo de cargas não é um crime isolado, mas parte de uma engrenagem criminosa que financia atividades ainda mais prejudiciais à sociedade, como a aquisição de armamentos pesados e a expansão territorial dos grupos armados. Esses crimes revelam o grau de sofisticação das facções, que buscam perpetuar seu poder e ampliar sua influência, sustentando o tráfico e suas operações", disse.

Na ação desta terça, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cinco unidades do Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os agentes realizaram vistorias nas celas dos investigados, onde apreenderam seis celulares e um roteador de Wi-Fi.

A operação contou com apoio da Polícia Federal e da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária).

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