O termo Data Security Posture Management (DSPM) teria sido cunhado pela Gartner em 2022, no entanto mais importante do que saber quem o criou e quando, sem dúvida é compreender o conceito que refere-se a um conjunto de técnicas usadas por equipes de segurança e TI para identificar e compreender dados sensíveis automaticamente, reduzindo assim o risco de vazamentos de dados e violações de conformidade.
As principais funcionalidades do DSPM incluem:
Descoberta e Classificação de Dados: Identifica dados sensíveis automaticamente em ambientes de nuvem, classificando-os com base na criticidade e na necessidade de proteção.
Avaliação de Risco: Avalia a segurança dos dados em termos de configurações de armazenamento, práticas de acesso e vulnerabilidades potenciais.
Monitoramento Contínuo: Monitora continuamente os ambientes de nuvem para detectar mudanças nas configurações, acessos não autorizados ou comportamentos anormais que possam indicar uma ameaça.
Remediação Automatizada: Implementa correções automáticas ou sugere medidas corretivas para mitigar riscos detectados, como ajustar permissões inadequadas ou reconfigurar serviços para melhorar a segurança.
Conformidade Regulatória: Ajuda a garantir que os dados são gerenciados e protegidos de acordo com as normas regulatórias pertinentes, como GDPR, HIPAA, entre outras.
A implementação do DSPM é crucial para empresas que utilizam serviços de nuvem extensivamente, pois fornece uma camada adicional de proteção e visibilidade sobre a segurança dos dados, minimizando riscos de vazamentos e outras violações de segurança.
Este conceito tornou-se consideravelmente indispensável para a segurança em nuvem à medida que o uso de serviços de nuvem expandiu significativamente nos últimos anos. Esse aumento no uso da nuvem foi acompanhado por uma crescente conscientização sobre as vulnerabilidades associadas à segurança dos dados nesses ambientes.
Especialmente nos últimos cinco anos, com a aceleração da transformação digital impulsionada por eventos como a pandemia de COVID-19, as organizações migraram em massa para soluções baseadas em nuvem. Essa migração ampliou a superfície de ataque e expôs dados sensíveis a novos riscos de segurança, tornando a gestão eficaz da postura de segurança dos dados uma necessidade crítica.
Com o aumento das regulamentações de proteção de dados, como o GDPR na Europa e a CCPA na Califórnia, tornou-se ainda mais crucial para as organizações implementarem práticas rigorosas de segurança de dados, incluindo o DSPM, para manter a conformidade e proteger as informações sensíveis de violações.
Em resumo, o DSPM se tornou indispensável à medida que as organizações reconheceram a necessidade de abordagens mais sofisticadas para gerenciar e proteger dados na nuvem em face de ameaças cibernéticas em evolução e requisitos regulatórios rigorosos.
Mas de maneira prática, quais controles uma plataforma deve prover quando o assunto é DSPM?
Sendo bem objetivo, uma plataforma para implementar DSPM deverá conter uma série de controles técnicos para proteger dados em ambientes de nuvem. Esses controles são projetados para identificar, monitorar e gerenciar a segurança dos dados de forma contínua.
Abaixo eu estou listando, segundo a minha opinião com base nas pesquisas que fiz, alguns dos principais controles técnicos implementados por soluções DSPM:
Descoberta e Classificação Automática de Dados: Utiliza técnicas avançadas de varredura e inteligência artificial para identificar automaticamente dados armazenados em ambientes de nuvem, classificando-os com base em sua sensibilidade e regulamentações de conformidade aplicáveis.
Avaliação de Configuração e Conformidade: Verifica as configurações de segurança de armazenamentos de dados e aplicações para garantir que estejam em conformidade com as melhores práticas de segurança e normas regulatórias. Isso inclui verificar as políticas de acesso, as configurações de criptografia e outras configurações de segurança relevantes.
Monitoramento de Acesso a Dados: Acompanha quem acessa os dados, quando e de onde, utilizando análise de comportamento para detectar acessos anormais ou não autorizados. Isso pode incluir a implementação de controle de acesso baseado em função (RBAC) e políticas de acesso mínimo necessário.
Detecção de Anomalias e Atividades Suspeitas: Utiliza algoritmos de machine learning para identificar padrões de acesso e atividades anormais que podem indicar uma tentativa de violação de dados ou exploração de vulnerabilidades.
Criptografia e Mascaramento de Dados: Assegura que os dados estejam criptografados em repouso e em trânsito, e implementa técnicas de mascaramento para proteger dados sensíveis durante o processamento e análise.
Gestão de Vulnerabilidades: Identifica e avalia vulnerabilidades nos sistemas e aplicações que armazenam ou processam dados sensíveis, proporcionando recomendações de remediação para mitigar riscos associados.
Geração de Relatórios e Alertas: Produz relatórios detalhados sobre a postura de segurança dos dados e emite alertas em tempo real sobre incidentes de segurança, permitindo respostas rápidas a potenciais ameaças.
Backup e Recuperação de Dados: Implementa políticas robustas de backup e recuperação para garantir a integridade e disponibilidade dos dados em caso de incidentes de segurança ou desastres.
Gerenciamento de Políticas de Segurança: Permite a definição, aplicação e gestão centralizada de políticas de segurança de dados em toda a organização, garantindo uma aplicação consistente de medidas de segurança.
Um fator que eu não me canso de enfatizar é que tecnologias de forma isolada não tendem a resolver desafios de CyberSecurity e, por vezes, podem inclusive complicar as coisas, especialmente pelo alto volume de dados gerados e por demandar um nível relevante de especialização para interpretar os dados, transformando-os em hipóteses ou conclusões que orientarão ações subsequentes.
A integração de uma plataforma de DSPM com um SOC e a alimentação com inteligência cibernética, sem dúvida é uma maneira de fazer um melhor uso do potencial de tal plataforma e representa uma evolução significativa na estratégia de resiliência cibernética de uma organização. Essa abordagem não apenas fortalece a postura de segurança, mas também amplia a capacidade de resposta rápida a ameaças emergentes.
Vejamos em detalhes como essa integração pode ser um diferencial de sucesso:
Integração DSPM e SOC
Visibilidade Aprimorada: A plataforma DSPM oferece visibilidade detalhada sobre os dados sensíveis da empresa e suas configurações de segurança. Integrando essas informações ao SOC, a equipe de segurança obtém uma visão abrangente do ambiente de segurança, incluindo quem acessa o quê, quando e como. Isso permite uma avaliação mais precisa dos riscos e um foco mais dirigido nas áreas críticas.
Resposta a Incidentes Mais Rápida e Eficiente: Com dados de DSPM fluindo para o SOC, os analistas podem detectar e responder a incidentes de segurança mais rapidamente. A integração permite que correlacionem incidentes com vulnerabilidades específicas em configurações de dados, acelerando a análise forense e a remediação.
Monitoramento Contínuo e Proativo: Ao integrar a DSPM com o SOC, as organizações podem estabelecer um monitoramento contínuo e proativo. Isso não apenas detecta ameaças em tempo real, mas também ajuda a prever e prevenir incidentes antes que causem danos, utilizando análises preditivas baseadas nos dados e padrões observados.
Atualizações em Tempo Real sobre Ameaças: A integração de feeds de inteligência cibernética com a plataforma DSPM permite que as organizações recebam informações atualizadas sobre ameaças emergentes e técnicas de ataque. Isso enriquece os dados do SOC com contextos de ameaças externas, permitindo que as equipes ajustem rapidamente as políticas de segurança e fortaleçam as defesas contra ataques específicos.
Adaptação Dinâmica às Mudanças no Cenário de Ameaças: Com acesso contínuo à inteligência cibernética, a plataforma DSPM pode ajudar a reconfigurar automaticamente as definições de segurança para adaptar-se às mudanças nas táticas, técnicas e procedimentos dos adversários. Isso mantém a organização um passo à frente dos atacantes.
A combinação desses elementos transforma a abordagem de segurança de reativa para proativa, fazendo da resiliência cibernética uma parte integrada da operação diária e não apenas uma resposta a incidentes. Essa integração assegura que a segurança de dados não seja apenas um silo, mas uma parte holística da segurança empresarial que se adapta dinamicamente às ameaças em evolução. As organizações podem, assim, garantir não apenas a proteção dos dados, mas também a continuidade dos negócios e a manutenção da confiança dos stakeholders.
Implementar uma integração eficaz entre DSPM, SOC e inteligência cibernética eleva a maturidade da segurança, otimiza recursos e destaca a organização no mercado pela sua robustez em segurança.
Além desta integração que mencionei acima a Zscaler enfatiza no artigo publicado que outras integrações também são de grande importância.
Vou listar aqui algumas delas para facilitar a compreensão e tonar mais fluida esta leitura, mas todos os créditos deste trecho vão para o pesquisador que escreveu o artigo acima. :P
As ferramentas de DSPM são mais eficazes quando trabalham em conjunto com tecnologias complementares, como:
Ferramentas de gerenciamento de identidade e acesso (IAM) garantem que apenas usuários autorizados tenham acesso a dados sensíveis. A integração com DSPM permite automatizar a aplicação e gestão dos seus controles de autenticação e acesso.
Cloud Access Security Broker (CASB) fornecem visibilidade sobre infraestrutura e aplicativos na nuvem, aplicam políticas de proteção de dados e previnem acessos não autorizados à nuvem. A integração com DSPM permite estender sua postura de segurança de dados para seus armazenamentos de dados na nuvem.
Ferramentas de detecção e resposta de endpoint (EDR) monitoram e detectam ameaças em endpoints em tempo real. A integração com DSPM ajuda a manter suas políticas de segurança de dados em sincronia com sua solução EDR.
Ferramentas de gerenciamento de informações e eventos de segurança (SIEM) consolidam e analisam dados do ambiente empresarial para suportar a detecção e resposta a incidentes. A integração com DSPM proporciona uma visibilidade mais ampla e correlação para reforçar sua segurança de dados.
Ferramentas de prevenção de perda de dados (DLP) protegem dados sensíveis contra perda ou roubo. A integração com DSPM permite que a solução monitore e controle dados à medida que eles se movem pelo seu ambiente, ajudando a fazer alterações apropriadas para prevenir acessos não autorizados ou divulgação.
Sistemas de detecção e prevenção de intrusões (IDPS) monitoram atividades suspeitas para prevenir acessos ilícitos ou tráfego malicioso (por exemplo, ataques DoS). A integração com DSPM possibilita monitoramento e alertas em tempo real para prevenção proativa de incidentes.
Ferramentas de análise de segurança usam aprendizado de máquina para identificar ameaças potenciais, reconhecendo padrões e anomalias. A integração com DSPM fornece detecção de ameaças em tempo real e insights que ajudam você a tomar ações para fortalecer sua postura de segurança.
Durante a pesquisa que realizei para compor este breve artigo eu acabei me deparando com este vídeo curto, elaborado pela Zscaler que apresenta de forma muito simples, mais ao mesmo tempo bastante completa o que seria o conceito sobre DSPM e ao mesmo onde ele atua nos ambientes computacionais.
Account Manager I Cybersecurity
6 mAulas!!!
Regional Sales Director - Brazil
6 mPA, excelente artigo! Objetivo e direto ao ponto. Obrigado por compartilhar.