Publicação de Sofia Manso

O plano era simples — uma intervenção de seis meses, um projeto de consultoria destinado a construir um espaço que promovesse o bem-estar e felicidade. 𝐎𝐬 𝐏𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨𝐬 𝐃𝐢𝐚𝐬: 𝐄𝐬𝐜𝐮𝐭𝐚𝐫, 𝐎𝐛𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚𝐫 𝐞 𝐋𝐞𝐫 𝐚𝐬 𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞𝐥𝐢𝐧𝐡𝐚𝐬 Na primeira semana, mergulhei no dia a dia da empresa. Visitei delegações, falei com colaboradores e ouvi atentamente as suas realidades. Não demorou para perceber que, por trás do desejo genuíno de melhorar o bem-estar, 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐫𝐚í𝐳𝐞𝐬 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐮𝐧𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐚𝐮𝐬𝐭ã𝐨, 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐥𝐢𝐧𝐡𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐬𝐟𝐮𝐧𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬. Entre feedbacks e observações, emergiram padrões preocupantes: - Tarefas repetitivas e redundantes consumiam recursos desnecessários. - A ausência de clarificação de funções gerava frustrações diárias. - Uma falta de estrutura operacional amplificava os problemas. Mas o elemento mais perturbador foi identificar 𝐮𝐦 𝐜𝐚𝐭𝐚𝐥𝐢𝐬𝐚𝐝𝐨𝐫 𝐜𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐥 de 𝐢𝐧𝐞𝐟𝐢𝐜𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 e 𝐭𝐨𝐱𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞. 𝐎 𝐃𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐧𝐟𝐫𝐨𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐚 𝐓𝐨𝐱𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 Ao longo do primeiro mês, tornou-se claro que o problema não era apenas estrutural, mas profundamente humano. A liderança deste departamento, ocupada por alguém há mais de 5 anos, era mencionada repetidamente, tanto pelos colaboradores, como pela administração, com lamentos constantes sobre o impacto negativo dessa pessoa, mas nunca ações concretas. A minha abordagem inicial foi estratégica e cuidadosa. Evitei acusações ou críticas diretas. Em vez disso, apostei no diálogo construtivo. 𝐎 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐑𝐮𝐩𝐭𝐮𝐫𝐚 Em duas semanas, ficou evidente que o desinteresse, o autoritarismo e a incapacidade de executar sequer 20% das suas funções eram padrões recorrentes, não exceções. Coloquei as cartas na mesa. A transparência tornou-se inevitável. Durante uma reunião com a administração, fui direta: - "Até quando vão lamentar sem confrontar diretamente esta pessoa sobre o impacto negativo que tem?" - "Sabem que, dos 8 elementos da equipa, 6 estão ativamente à procura de novas oportunidades? Incluindo a pessoa que, na prática, está a sustentar o funcionamento do departamento?" A reação foi de desconforto, mas também de clareza. Estava na hora de agir. 𝐂𝐨𝐫𝐭𝐚𝐫 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐂𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐫 A decisão que se seguiu não foi fácil, mas foi inevitável. Não foi uma ação punitiva, mas 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐡𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐭é𝐠𝐢𝐜𝐚 𝐞 é𝐭𝐢𝐜𝐚. Esta experiência confirmou algo fundamental: não podemos construir felicidade em terrenos contaminados. É necessário ter coragem de identificar e remover os obstáculos que impedem o progresso. Criar um ambiente saudável não é apenas implementar novas iniciativas. É alinhar cultura, comportamento e propósito. O verdadeiro crescimento começa quando paramos de tolerar aquilo que nos impede de avançar. #bemestar #empresas #liderança