Nos últimos anos vivenciamos momentos bem difíceis para quem pugna pela cultura da diversidade e respeito, numa leitura do mundo inclusiva e democrática. Crenças, religiões, filosofias de vida, como dizem os filósofos, são visões de mundo particulares resultantes de experiências individuais ou de grupos numa temporalidade específica.
A história da humanidade está repleta de narrativas de diferentes grupos e suas doutrinas abrangentes. Na Filosofia, investigamos a suposição de uma verdade a todos imposta. Penso que podemos ser portadores de nossa verdade, pessoal e intransferível.
O fato é que nos acostumamos a acreditar que em momentos históricos mais antigos, em razão do grau de conhecimento coletivo e da ciência, algumas posturas poderiam ser eventualmente "justificadas", não necessariamente legitimadas. Contudo, em todas as épocas há contradições, avanços e retrocessos, o novo convive com o antigo, no movimento dialético que evidencia nossa existência. A sociedade da tecnologia, informação e da comunicação, com sua especificidade, a sociedade em rede, nos dizeres de Manuel Castells, nos impõe reflexões sobre novo patamar de responsabilidade ética e adverte para os efeitos nefastos da dissociação profunda entre ciência e humanidade.
Posturas que valorizam a segregação, a exclusão, o cancelamento do diferente, o desrespeito às dimensões culturais de outras culturas, evidencia um profundo descompasso com o princípio da dignidade humana, cuja análise filosófica destaca o marco teórico em alguns filósofos medievais e destaca o pensamento filosófico de Kant (1724-1804), que trouxe uma leitura no horizonte da Modernidade, pugnando por uma fundamentação para o campo da moralidade que pudesse ser independente das visões de mundo particulares.
Viver em sintonia com a dignidade humana é viver na comunhão, no respeito à diferença, calar-se diante da maledicência, não compactuar com a exclusão do outro, não demonizar o diferente, dentre outras condutas.
O desafio sempre foi grande, mas começa pequeno em nossas casas, locais de trabalho, nas esquinas da vida, nas pequenas e grandes contradições que experimentamos todos os dias entre o discurso e a ação e nossa postura diante de tudo isso.
A desconstrução perene de uma manifestação cultural que faz parte da nossa história como nação pode contribuir para a desconstrução das condições de possibilidade da cultura da diversidade e da pluralidade.
Você já ouvir falar da Agenda 2030? Conhece as ODS brasileiras? Indico especialmente a ODS19.
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Analista de atendimento
1 semPreciso falar com vcs urgente.